sábado, 1 de agosto de 2009

Todas as vozes cantam, de Leandro Jardim (poemas)


JARDIM, Leandro. Todas as vozes cantam. Rio: 7 Letras, 2008. 91p. (http://florespragasesementes.blogspot.com/)

Do livro de poemas do Leandro me chamaram a atenção vários.

Na pg 9 o “Presente do Subjetivo” é um bom poema, “sou meio esponja meio pilha alcalina”.

Um quase infanto-juvenil na pg 18: Joaninhas de Copacabana/ não lhes digo mentira / se eu fosse menina / também me chamava Joaninha. O currículo na pg 23 é bem Leminski: “Logo canso,/ meia-volta,/ vai ver,/ me manco”.

Um tema comum na vida e pouco visitado na escrita é o das eternas discussões, em todos os lugares. “Já eu, sei o que é bom/ aos outros combato com opinião.” Lembra Ortega y Gasset dizendo que a opinião é o avesso da cultura. “Controversos – p62-63”.

O poema “Alheio” p65 afirma precisar da leitura, uma obviedade que poucos escritores confessam. “Por isso escrevo, /pois alguém pode ler depois”.

Na pg 69, “O Letrista Novo” pergunta se gostar de um poema “É amar cada linha./ ou a marca de um pedaço?”

Para mim é a segunda alternativa!

sábado, 25 de julho de 2009

ALUCINAÇÃO, de Anderson Fonseca (poemas)


FONSECA, Anderson. Alucinação. Rio: Multifoco, 2009. 43p. (http://www.escritosdo-exilio.blogspot.com/)

Do livro de poemas do Anderson me chamaram a atenção três.


Na pg 17 o poema “Stalingrado” merecia um trabalho visual. Talvez dos trabalhos visuais de poesia sonora, do tipo que o próprio autor faz com o também poeta Márcio-André. O tema é conhecido em nossas letras. Drummond tem poema celebérrimo sobre a mesma cidade. Mas é a visão do autor, e acho que um trabalho visual pegaria muito bem aqui.


Na pg. 29 o “Invocação de Fausto “ também manda ver. Gostei da primeira estrofe, onde há o verso: “Quem dentre os homens e os anjos, se sou maior que todos?”


Na pp39-40 o poema Filosofia da Renúncia derrama erudição, à la Borges. De Runeberg a Ezequias, de Shakespeare a Freud, “escolha de Fausto e tormenta de MacBeth”, termina. É outro ponto alto.